15/01/2007

Mistérios da Luz ou Luminosos?????

Numa quarta-feira do dia 16 de Outubro de 2002, o Papa João Paulo II publicou em sua carta apostólica Rosarium Virginis Mariae na qual decretou que Out/2002 até Out/2003 seria o ano do Rosário. Propôs também cinco(5) novos mistérios para meditação dos fiéis.

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Pintura: as 15 décadas do Rosário


É extremamente assustador testemunhar a que ponto chega as inovações pós conciliares, nem mesmo o Santo Rosário escapou dessa sede por "novidades"....!!!

Muitos desconhecem a conecção entre Rosário e os Salmos....

Assim como os 150 angélicos Salmos exaltam a Deus através de Davi, as 150 Ave Marias(Rosário) exaltam a Deus através da Virgem Maria.

Sei também que muitos do que seguiram a "sugestão" do Papa João Paulo II em adicionar um mistério ao Santo Rosário, não fizeram com a malícia de tentarem dissimular a forma correta(tradicional, de sempre) , e sim pela falta de informação vista tão costumariamente nos tempos pós conciliares.

Nos mistérios em si (Nascimento de Cristo, Casamento em Caná, Proclamação do Reinado, Transfiguração e Instituiçao da Eucaristia) não há nenhum problema; desde que os não fossem embutidos no Rosário, poderiam até mesmo ser uma boa meditação, mas não no Rosário!

O Rosário foi concebido nas mãos de São Domingos por Nossa Senhora e desde então sofreu sim um desenvolvimento orgânico (Ex: Segunda parte da Ave Maria), mas NUNCA NINGUÉM ousou mudar sua essência composta por 150 Ave Marias que correspondem aos 150 Salmos.

Ainda teríamos um outro problema, em Fátima, Nossa Senhora nos ordenou a rezar ao menos o Terço (50 Ave Marias) do Rosário (150 Ave Marias) diariamente.

Com essa "novidade" dos mistérios luminosos ou da luz teríamos 200 Ave Marias....E o que viria a ser um terço(1/3) de 200???

200 : 3 = 66.6

Ou seja, para obedecer Nossa Senhora de Fátima teríamos que rezar ao menos 66.6 Ave Marias, pois esse seria o novo número para se rezar o Terço. Não quero aqui afirmar que este número venha ter alguma relação demoníaca, mas não deixa de ser meio assutador. Adicionar mais essa novidade numa oração que por séculos foi mantida sua essência, seria como se afirmássemos que todos os Santos não rezaram o Terço ou o Rosário por completo, afinal, faltava-lhe "algo"...!

Mas.... Se tiveram a coragem e ousadia de mudar e/ou modernizar a própria Missa, os Sacramentos, o Catecismo, o Código de Direito Canônico etc...  Por que haveriam de poupar o Santo Rosário???

Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.

Rezemos então pelo Clero e o fim do modernismo que nele se instalou em grandes números nas últimas décadas!

São Domingos, rogai por nós.
Brother Pius [V].

Ver também, Padre Laguerie e os mistérios luminosos:
http://stdominic3order.blogspot.com/2007/02/pelaguerie-ibp-e-os-mistrios-luminosos.html

12/01/2007

Véu...Podemos desobedecer o Apóstolo São Paulo?

Por quase 2000 anos, mulheres Católicas se cobriram com o véu antes de adentrarem na Igreja ou em qualquer momento que estivessem na presença do Santíssimo. Está escrito no Código de Direito Canônico de 1917: Canon 1262, que as mulheres devem cobrir suas cabeças--"especialmente quando se aproximam do altar sagrado.

"Mulieres autem, capite cooperto et modest vestitae, maxime cum ad mesnam Domincam accedunt".

Mas Durante o Concílio Vaticano II, Bugnini (o mesmo Maçon que designou a Missa do Novo Ordo), quando indagado por jornalistas se as mulheres deveriam continuar a cobrir suas cabeças, sua resposta talvez bastante "inocente", foi de que este tópico não estava em discussão. Os jornalistas (como eles costumam fazer o que querem com o ensino da Igreja) tomaram esta resposta como "não", e imprimiram esta incorrecta informação pelo mundo a fora. A partir daí, as mulheres do "mundo do Novo Ordo" perderam a Tradição.

Após tantos anos de repúdio e/ou indiferença ao véu por parte das mulheres e num contexto geral o Vaticano (como é de costume após o CVII), não querendo confrontar e/ou decepcionar as feministas, simplesmente fingem que o problema não existe. Quando o Código de Direito Canônico de1983 foi produzido, a questão do véu simplesmente não foi mencionada (não foi abolida, simplesmente não mencionada). De qualquer forma, Canons 20-21 do Código de Direito Canônico 1983 deixa claro que a nova Lei Canônica só abole a Velha Lei Canônica quando eles escreverem explicitamente isto, e que em caso de dúvidas, a Lei Antiga não deve ser revogada, pelo contrario:

Canon 20 A later law abrogates, or derogates from, an earlier law if it states so expressly, is directly contrary to it, or completely reorders the entire matter of the earlier law. A universal law, however, in no way derogates from a particular or special law unless the law expressly provides otherwise.

Canon 21 In a case of doubt, the revocation of a pre-existing law is not presumed, but later laws must be related to the earlier ones and, insofar as possible, must be harmonized with them.
http://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P3.HTM

Canon 27 e 28 adiciona ao argumento:

Canon 27 Custom is the best interpreter of laws.

Canon 28 Without prejudice to the provisions of can. 5, a custom, whether contrary to or apart from the law, is revoked by a contrary custom or law. But unless the law makes express mention of them, it does not revoke centennial or immemorial customs, nor does a universal law revoke particular customs.
http://www.vatican.va/archive/ENG1104/__P4.HTM

Consequentemente, de acordo com a Lei Canônica e o costume, a mulher continua tendo o dever de cobrir sua cabeça.

O véu cristão é um assunto muito sério, e não somente um que diz respeito a Lei Canônica, mas também o de 2 milénios de Tradição da Igreja --na qual se encontra na Tradição do Velho Testamento e nas advertências do Novo Testamento, aonde São Paulo escreveu:

1. Tornai-vos os meus imitadores, como eu o sou de Cristo. 2. Eu vos felicito, porque em tudo vos lembrais de mim, e guardais as minhas instruções, tais como eu vo-las transmiti. 3. Mas quero que saibais que senhor de todo homem é Cristo, senhor da mulher é o homem, senhor de Cristo é Deus. 4. Todo homem que ora ou profetiza com a cabeça coberta falta ao respeito ao seu senhor. 5. E toda mulher que ora ou profetiza, não tendo coberta a cabeça, falta ao respeito ao seu senhor, porque é como se estivesse rapada. 6. Se uma mulher não se cobre com um véu, então corte o cabelo. Ora, se é vergonhoso para a mulher ter os cabelos cortados ou a cabeça rapada, então que se cubra com um véu. 7. Quanto ao homem, não deve cobrir sua cabeça, porque é imagem e esplendor de Deus; a mulher é o reflexo do homem. (1 Corinthians 11:1-7)

De acordo com São Paulo, as mulheres usam o véu como sinal de Sua Gloria, (não da nossa) deve ser o foco de Adoração, como sinal de submissão á autoridade. É o reconhecimento e um sinal de se ter Deus e o marido (ou pai, de acordo com cada caso) como cabeças, é um sinal de respeito á presença dos Santos Anjos e da Liturgia Divina. Usando o véu, se reflete a ordem invisível divina; e fazem as mesmas visíveis. Isso São Paulo apresenta claramente como uma lei, uma que é a prática de toda Igreja.

Algumas mulheres, influenciadas pelos pensamentos das feministas "cristãs", acreditam que São Paulo estava a falar dos homens de sua época, e que esta prática não mais se aplica nos dias de hoje. Eles usam os mesmos argumentos que os -homosexualistas- usam ao tentarem justificar seus casos, o que é desnecessário dizer ser um absurdo.

Agora, peço aos leitores para relerem atentamente a passagem bíblica sobre o véu e repare bem que São Paulo NUNCA se intimidou em quebrar desnecessários -taboos-. Foi o próprio São Paulo quem enfatizou várias vezes que a circumsição e toda a Lei Mozaica não eram necessárias -- e isto era enquanto ele falava a CristãosHebreus!

Não, a Tradição e lei do uso do véu não é uma questão de São Paulo ser influenciado por sua cultura, o véu é um símbolo que é tão relevante como a batina de um Padre ou um hábito de uma Irmã de Caridade.

Repare também que Paulo não está de maneira alguma praticando a "misoginia" (repulsão mórbida do homem pelas relações sexuais;
horror às mulheres)
aqui. Ele nos assegura que, a mulher foi feita para a glória do homem, assim como o homem foi feito para a glória de Deus. O homem precisa da mulher, e a mulher do homem. Mas existem diferenças no papel de cada um, ambos iguais em dignidade --e tudo para a glória de Deus (e obviamente que devemos tratar um ao outro absolutamente igual na ordem da caridade!).

O véu é também um sinal do reconhecimento das diferentes funções de cada um. O véu é ainda sinal de modéstia e castidade. No tempo do Velho Testamento, descobrir a cabeça da mulher era visto como um jeito de humilhar ou punir adúlteras e mulheres que transgrediam a lei. (Num. 5:12-18, Isaias 3:16-17, Song of Solomon 5:7) A mulher Hebraica não cogitaria nem em sonho adentrar no Templo (ou mais tarde Sinagóga) sem cobrir sua cabeça. Esta prática é simplesmente passada pela Igreja (isso é passado também nas Igrejas "Ordodoxas" e até mesmo na religião Judaíca pós-Templo).

Pensamos agora no que mais era velado/coberto no Antigo Testamento: o Santo Dos Santos!

1. A primeira aliança, na verdade, teve regulamentos rituais e seu santuário terrestre. 2. Consistia numa tenda: a parte anterior encerrava o candelabro e a mesa com os pães da proposição; chamava-se Santo. 3. Atrás do segundo véu achava-se a parte chamada Santo dos Santos. 4. Aí estava o altar de ouro para os perfumes, e a Arca da Aliança coberta de ouro por todos os lados; dentro dela, a urna de ouro contendo o maná, a vara de Aarão que floresceu e as tábuas da aliança; 5. em cima da arca, os querubins da glória estendendo a sombra de suas asas sobre o propiciatório. Mas não é aqui o lugar de falarmos destas coisas pormenorizadamente. 6. Assim sendo, enquanto na primeira parte do tabernáculo entram continuamente os sacerdotes para desempenhar as funções, 7. no segundo entra apenas o sumo sacerdote, somente uma vez ao ano, e ainda levando consigo o sangue para oferecer pelos seus próprios pecados e pelos do povo. 8. Com o que significava o Espírito Santo que o caminho do Santo dos Santos ainda não estava livre, enquanto subsistisse o primeiro tabernáculo. (Hebreus 9:1-8)

A Arca da Antiga Aliança era mantida no velado/coberto Santo dos Santos.

E na missa, o que é velado até a hora do Ofertório?

O Cálice! -- O Vaso aonde o Precioso Sangue de Cristo se encontra!

E entre as Missas, o que é também velado?

O Cibório no Tabernáculo, aonde o Corpo de Cristo se encontra. Esses vasos de vida são velados porque são Santos!

E quem é velada? Quem é toda Santa, Arca da Nova Aliança, e Vaso da Verdadeira Vida?

Nossa Senhora! -- e ao vestirem o véu, imita-se Nossa Senhora e se afirmam como mulheres, como vasos de vida.


Coragem mulheres!!!



Fisheaters
Tradução: Brother Pius [V] T.O.S.D

10/01/2007

Casamento- O que Deus uniu o homem nao separa.




"O QUE DEUS UNIU"



Gustave Thibon


Capítulo III : AMOR E CASAMENTO

A ESCOLHA

Não pretendo ensinar aqui a arte de escolher cônjuge, tal como outros se gabam de ensinar a arte de se defender na rua ou de ganhar na bolsa. Não tenho receitas práticas para este fim. Um casamento (e refiro-me às uniões mais refletidas) está condicionado por tantos acasos (acasos de situações, de encontros, de fortuna, de sentimentos etc.) que seria ridículo ingressar nestes domínios armado de regras matemáticas. De resto, a escolha humana está rodeada de uma tal obscuridade que aquele que tenha a pretensão de fazer uma escolha definitiva, aquele a quem paralisa uma idéia excessivamente precisa da «alma gêmea» se arrisca bastante, ou a nunca mais se casar, ou a fazer uma escolha absurda, uma dessas escolhas «que nunca se poderia imaginar» como diz La Fontaine, como a experiência nos revela todos os dias. «Em toda a parte tenho conhecido compradores cautelosos ― escreve, não sem um certo exagero, Frederico Nietzsche ― mas mesmo o mais esperto acaba por comprar a mulher a olho». Mesmo nas uniões mais clarividentes, há um aspecto de salto no desconhecido, de «pari», no sentido pascaliano da palavra. Deste modo, as poucas indicações gerais que vou dar sobre este assunto não visam fornecer certezas, mas simples probabilidades.

Um dos problemas primordiais que se põem para a escolha de um cônjuge é o problema biológico. Da saúde dos esposos depende, com efeito, grande parte do equilíbrio material e moral do lar, a existência e o futuro dos filhos. Mas apenas pretendo focar aqui este problema sob o ângulo psicológico e social. Entre os fatores que contribuem para determinar a escolha nupcial, há alguns, na verdade, que são exteriores ou sociais (consideram-se o meio, a classe social, a fortuna) e outros interiores ou psicológicos (decide-se pelo amor ou pela razão). Detenhamo-nos um momento sobre estes pontos.

CASAMENTO E MEIO SOCIAL

Dantes este problema não se punha. Cada pessoa se casava dentro da sua casta e, muito freqüentemente, no meio da sua paróquia ou da sua profissão. Os diversos organismos sociais, firmemente diferenciados, não se invadiam uns aos outros; ausência de invasão que não implicava, aliás, quero sublinhá-lo, ausência de intercâmbios.

Hoje, mercê da facilidade e da freqüência das comunicações e mercê sobretudo da confusão de classes e de funções, este estado de coisas mudou inteiramente. As uniões entre pessoas de meios geográficos, culturais ou profissionais muito diferentes, multiplicam-se cada vez mais. Mesmo nos nossos campos [1], para não citar mais do que um exemplo, os jovens aldeões que outrora só desposavam moças, não só pertencentes à mesma casta, mas ainda, no meio desta casta, de famílias impregnadas das mesmas tradições, e com opiniões políticas e religiosas iguais às suas, casam-se agora muito freqüentemente com uma datilógrafa parisiense ou com uma italiana recentemente imigrada. E casos semelhantes se observam em todos os meios.

Di-lo-ei claramente: esta confusão não significa um progresso. A identidade do meio social parece-me uma das condições centrais da felicidade conjugal. Não quer isto dizer que eu afaste de um modo absoluto as uniões entre pessoas de diferentes meios. Penso unicamente que devem constituir uma exceção: exigem, de todos os modos, qualidades individuais que não se podem pedir à generalidade dos homens. Sempre que um homem e uma mulher entram, através do casamento, para um meio superior ou simplesmente estranho ao seu, é preciso que entrem subindo (hoje há uma tendência excessiva para entrar em toda parte no mesmo plano) e que superem pelo poder do amor e da adaptação a comunhão espontânea que resulta da identidade do meio. Um príncipe só poderá desposar com acerto uma pastora se essa pastora tiver uma alma de princesa, o que, em boa verdade, não é excessivamente freqüente. Uma das taras do mundo moderno é pretender fazer um costume do que só pode constituir exceção, e cair abaixo da norma ao querer generalizar o que está acima da norma.

Numa união entre indivíduos do mesmo meio, os hábitos, os gostos, as necessidades comuns ― todo esse complexo de elementos bio-psicológicos imponderáveis que constituem o que vulgarmente se chama costume ― contribui para fortalecer a harmonia. No caso contrário, todo o peso do passado dos dois esposos tende, de alguma maneira, a desuni-los. É difícil prever até que ponto determinado comportamento material ou moral, perfeitamente natural num dado meio social, se poderá tornar um fator de perturbação e de escândalo noutro meio diferente.

Uma anedota vivida poderá ilustrar esta afirmação. Assisti um dia a uma conversa de uma velha caseira da minha terra com o filho que pretendia desposar a filha de um comerciante da aldeia. A mãe recusava o seu consentimento e, como ultima ratio, lançou-lhe, em tom de quem faz uma acusação infamante, estas palavras decisivas: «Não te cases com esta moça! Ela precisa de comer carne todos os dias». Esta reprovação estava perfeitamente justificada. Nos nossos campos, o consumo quotidiano de carne tornou-se, desde o fim da outra guerra, incompatível com as possibilidades materiais dos trabalhadores. Por isso, era espontâneamente considerado como um luxo condenável, uma espécie de vício. Confesso que escolhi um exemplo basto, um exemplo limite, se se quiser. Não deixa de ser certo, no entanto, que dois esposos, igualmente animados da melhor boa vontade, se arriscam a desconhecer-se e a chocar dolorosamente pelo simples fato de terem sido modelados por um clima social diferente. O peso dos costumes, as fatalidades do meio, é melhor tê-los como ajuda que como obstáculo à união. Bem sei que vencer tais dificuldades é próprio dos grandes caracteres. Mas refiro-me ao termo médio dos homens...

Poder-me-ão dizer que basta o afeto recíproco dos esposos para suprir todos os vínculos climatéricos, se assim lhes podemos chamar, e que o amor, possuindo todos os poderes, tem também todos os direitos. E eu peço então licença para refletir um pouco. Só conheço um amor que seja todo poderoso: aquele de que fala São João na sua definição de Deus: Deus est charitas. E, além disso, coisa curiosa, sempre notei que, quanto mais um homem proclama os direitos absolutos do amor, menos o amor opera nele milagres, e mais provável é que os seus amores acabem mal. É precisamente quando o amor julga ter todos os direitos que ele tem menos poder. E isto deve incitar-nos a procurar o que se esconde, na maioria dos casos, sob o belo nome de amor. E isso nos levará a falar das determinantes propriamente psicológicas da escolha nupcial.

CASAMENTO DE AMOR OU DE CONVENIÊNCIA

Seja-me desculpado o exumar esta velha síntese, já ultrapassada pelos costumes atuais; mas o simples fato de ela ter existido põe já um problema bastante difícil.

As dicotomias neste gênero são anti-naturais: nascem da decadência das almas e dos costumes. Aliás, em presença de muitas fórmulas deste tipo, interessa antes do mais, perguntar, a título de simples hipótese de trabalho, se as palavras não servirão para encobrir uma realidade absolutamente contrária ao que elas exprimem: fazem-se muitas descobertas com este método. Quando uma palavra está na moda, é muito freqüente que aquilo que ela designa seja muito raro ou ande muito adoentado no mundo; todos se precipitam então sobre a palavra como um álibi. No presente caso, eu poderia afirmar, se tivesse o gosto dos paradoxos verídicos como Chesterton, que não conheço nada menos conveniente que um casamento chamado «de conveniência», e nada mais egoísta do que um casamento chamado «de amor».

Os defensores dos «direitos do amor» não deixaram de pôr em manifesto ― sobretudo durante o século XIX ― as conseqüências lamentáveis dos casamentos impostos a dois seres por móbeis perfeitamente extrínsecos à atração dos corações (consideração de castas, de fortuna, de situação etc). Acusaram o «casamento de conveniência» de ser a causa de todos os desastres sociais. longe de mim o pensamento de tomar a sua defesa... Mas basta unicamente um olhar em volta de nós para nos apercebermos de que o «casamento de amor» está muito longe, também, de ser uma garantia segura de estabilidade e harmonia.

Dei-me ao trabalho de acompanhar na minha região alguns casos típicos de casamento de conveniência[2] e de casamento de amor. No primeiro caso, tratava-se de jovens que se casavam quase sem se conhecerem, porque a situação moral e material das suas famílias era sensivelmente idêntica e porque tinha passado por ali um desses benévolos casamenteiros que abundam nos nossos campos. No segundo caso, os jovens casavam-se por pura inclinação recíproca, sem intermediários familiares, e muitas vezes mesmo contra a vontade das suas famílias. Pois bem. Enquanto que a maior parte dos «casamento de conveniência» davam origem a lares sãos e sólidos, era sobretudo entre os casamentos chamados «de amor» que se observavam os resultados pessoais e familiares mais negativos: esterilidades voluntária, desentendimento ou separação dos esposos, etc.

Na realidade, a conveniência e o amor representam aqui dois atentados contra a unidade da vida, duas idolatrias que se atraem.

Seja-me permitida, a este respeito, uma pequena digressão histórica. Nas épocas clássicas, as instituições morais, políticas ou religiosas, estavam acima dos indivíduos que as representavam e levavam atrás de si. A monarquia era mais do que o rei, o sacerdócio mais do que o padre. Isso explica que fosse então possível darem-se ao luxo de desprezar determinado rei ou determinado Papa, sem que o próprio princípio da monarquia fosse de modo algum posto em causa. Recordemo-nos, por exemplo, das invectivas duma santa, como Catarina de Sena, contra o clero do seu tempo, ou de um grande católico como Dante, que punha o Papa então reinante no inferno. Agora, como em todas as épocas de decadência, assistimos ao fenômeno inverso: as instituições só são toleradas e amadas através das pessoas: eis porque, seja dito de passagem, temos necessidade, mais do que nunca, de chefes políticos e religiosos íntegros e enérgicos. Agora mais do que nunca, o chefe que falta á sua missão, compromete a par da sua efêmera pessoa, o princípio eterno que representa. É um tanto ou quanto angustioso ver indivíduos fracos carregar sobre os seus ombros todo o peso das responsabilidades sociais. Julgais que os italianos e os alemães estavam tão vinculados ao princípio da ditadura como à primeira vista parecia? Absolutamente; era a pessoa de Mussolini e de Hitler que eles adoravam. E julgais também que é possível atualmente um anti-clericalismo que não seja ao mesmo tempo anti-religioso? Ah! Cada dia se torna mais difícil separar a causa das instituições da causa das pessoas...

A instituição matrimonial sofreu, como é natural, as mesmas vicissitudes. Outrora, as pessoas encontravam-se não somente subordinadas, mas ainda muitas vezes sacrificadas às instituições. No antigo regime (o mesmo estado de coisas se verifica, aliás, em todos os meios sociais, com exceção da classe estritamente proletária) uma moça estava votada ao matrimônio mais do que a um determinado esposo. As pessoas pouco importavam; o que importava eram as tradições e os quadros sociais. Isto não deixava de ter o seu lado bom. Primeiramente, nada impedia que um amor sólido e até apaixonado se enxertasse numa união contraída por razões de puro conformismo social. Depois, mesmo que a união lhes não desse nenhuma plenitude pessoal, os esposos tiravam dessas imensas reservas de força e de continuidade que são as instituições, o gosto e a coragem para permanecerem fiéis aos seus deveres (aliás, é próprio dos climas clássicos tornar espontâneo e como que natural o cumprimento dos deveres e de sacrifícios que num meio decadente exigem sobressaltos heróicos da personalidade). Quando a hora da tentação chegava, uma esposa do grande século lutava, não somente para permanecer fiel ao seu marido, mas ainda ― para além da personalidade deste ― para permanecer fiel ao matrimônio...

Enquanto estas tradições se mantiveram vivas, isto é, alimentadas de seiva cristã e apoiadas na pessoa de Deus, elas foram, a despeito dos excessos sempre inerentes a tudo o que é humano, sólidos tutores, apoios orgânicos para os indivíduos. Mas, desde que foram separadas do concreto divino, desde que degeneraram em formalismo exangue, converteram-se em cargas intoleráveis para os homens.

O casamento, tal como se efetuava em certos meios burgueses do século XIX recusava à pessoa original e livre, ao homem da carne e de alma, o seu lugar no mundo. A «lei» exigia do homem todos os sacrifícios, e isso sem lhe oferecer as profundas compensações concretas que acompanham toda a imolação de natureza religiosa. Então, como era natural, a reação produziu-se: a personalidade retomou o seu lugar. Que direi eu? Fez o que fazem todas as coisas que estão comprimidas e se revoltam: para retomar o seu lugar, ocupou todo o lugar! Subversão total de valores: imolavam-se os indivíduos às instituições; agora, imolam-se as instituições aos indivíduos. Proclamaram-se os direitos absolutos da escolha individual, pretendeu-se tudo submeter ao arbítrio do amor. O século XIX oferece o curioso espetáculo do conservantismo mais chão e mais esclerosado coexistindo com a febre individualista mais ardente.

Se aquilo a que os clássicos degenerados chamam ordem e lei não é mais do que a marca da impotência e da opressão, aquilo a que os românticos de todos os gêneros chamam amor, parece-se bastante a uma espécie de véu adulador lançado sobre a divinização da sensualidade e do eu. Muitos homens tomam por uma verdadeira paixão espiritual, por uma escolha profunda, o que na realidade não passa de uma paupérrima mistura de atração instintiva e de orgulho: nada de mais perfeitamente egoísta que certos casamentos de amor que nascem, não da união íntima de duas almas, mas da vulgar sede de uma felicidade superficial e imediata, de uma felicidade impermeável ao dever... E é essa a razão de que tantos descontentamentos se sigam a essas uniões: aquele que se casa sem consultar outra coisa em si que não seja a concupiscência dos olhos e o orgulho da vida, como diz São Paulo, no dia em que a lassidão ou uma nova paixão o invadirem, estará fortemente ameaçado, uma vez mais, de escutar «a voz do coração» e de exercer de novo «o seu direito ao amor». É difícil permanecer fiel a uma escolha operada pela arbitrariedade individual fora de influências supra-pessoais que emanem do meio moral e social.

A lei, separada de Deus e divinizada, não é mais do que uma abstração esgotadora. Mas o indivíduo concreto, igualmente separado de Deus e divinizado, converte-se também numa abstração sem força e sem vida. É preciso superar esta antítese. O divórcio moderno entre as instituições e os indivíduos acabará, ou nas piores catástrofes, ou numa síntese mais elevada e mais bela do que tudo o que até agora se viu. É possível conceber instituições mais adaptadas que as de outrora às necessidades e à dignidade das pessoas, e, por outro lado, pessoas mais respeitadoras que as de hoje, das instituições sociais e morais.

Já, em muitos casos, a escolha nupcial deixa hoje de ser uma escolha simplesmente «de conveniência» ou simplesmente «de amor», para se tornar uma escolha total, quer dizer, uma escolha de amor, mas de um amor bastante esclarecido para poder respeitar e para poder assumir, ao lado da atração individual dos corpos e das almas, não direi os preconceitos, mas as necessidades centrais da vida social. Uma escolha desse gênero ― é preciso dizê-lo ― só pode ser uma escolha impregnada de espírito religioso, uma escolha apoiada em Deus, Criador comum do indivíduo e da cidade; e no seio da qual se unem todas as coisas que, sob o clima essencialmente dissociador da idolatria, pareciam votadas a uma guerra eterna.

A VIDA COMUM

Depois destas declarações um pouco extrínsecas, voltemos à vida comum propriamente dita. A união dos esposos, para ser completa e fecunda deve repousar sobre quatro condições que separo por necessidade de exposição, mas que na vida se confundem até à identidade: a paixão, a amizade, o sacrifício e a oração.

CASAMENTO E VIDA SEXUAL

«Serão uma só carne», diz o Evangelho. Eu não concebo o casamento sem uma atração sexual recíproca.

Aqui há dois escolhos a evitar: a falta de atração sexual e o primado da atração sexual. O casamento deve encaminhar-se para a plenitude sexual que seja, ao mesmo tempo, uma plenitude humana; quer isto dizer que ele deve repousar sobre a atração dos sexos, mas sobre esta atração assumida, coroada e ultrapassada pelo espírito.

O homem tem sempre tendência para menosprezar aquilo a que os filósofos chamam causalidade material. Julgou-se durante muito tempo que se poderia estabelecer a união conjugal independentemente das regras da sexualidade. Nem a comunidade de meio ou de casta, nem a estima recíproca, nem o sentido do dever social ou religioso, podem suprir a paixão carnal quando esta falta. Quantas uniões soçobram por completo ou não conservaram mais do que a fachada legal por causa do desentendimento sexual! Há que confessar que a educação das moças, tal como se vinha fazendo durante séculos, constituía, sob este aspecto, um paradoxo de que não nos assombramos ainda bastante. Educavam-se as meninas num misto de ignorância e de horror às coisas da carne, e depois lançavam-se de um dia para o outro, sem outra precaução, numa situação em que as coisas, ainda ontem revestidas de uma espécie de mysterium tremendum, se deviam tornar, sem transição, num hábito e num dever! Como admirar-se, depois disto, do fracasso total ou parcial de tantas uniões preparadas com semelhante desprezo das exigências elementares da vida?

Porém, uma união fundada sobre a atração exclusiva dos sexos não é também uma união verdadeiramente humana. Separados das raízes, o caule e as flores murcham, mas a raiz por sua vez apodrece sempre que a não prolongam e dominam, o caule e as flores. Não há nada tão vulgar, tão vazio sob o brilho das aparências, nem tão frágil e vulnerável ao tempo como um amor dominado pelo impulso dos sentidos.

Disse-se que o matrimônio não resolve o problema sexual. Isto é verdade se se faz do problema sexual um absoluto, se se diviniza a carne separada da alma (o culto da carne, a sexolatria, é uma das pragas do nosso tempo); mas é falso se se põe a sexualidade no seu devido lugar, se a considerarmos já não como um todo autônomo, mas como uma parte ligada organicamente a um conjunto e impregnada por este conjunto. As reivindicações de certos apóstolos da sexualidade baseiam-se na confusão do sexo e da alma, do sexo e de Deus. Nós, pelo contrário, não queremos uma plenitude sexual comprada em troca da plenitude humana; não temos nenhum gosto pelos costumes que, sob pretexto de satisfazerem plenamente o sexo, tornam o homem vazio de tudo o mais. Só o casamento pode satisfazer o instinto sem degradar a pessoa.

A este respeito seja-me permitido esvaziar um dos balões da psicologia contemporânea em que mais se soprou. Pretendo referir-me ao suposto «instinto poligâmico do sexo masculino» ― esse pobre instinto que a instituição de casamento condena a tão tristes renúncias! Pois bem. Na verdade, não há instinto poligâmico. O instinto enquanto tal, isto é, o instinto considerado na sua pureza biológica e virgem de qualquer infiltração espiritual, não é nem poligâmico nem monogâmico[3]. É realmente neutro em relação à fidelidade e à mudança; está mais aquém dessas categorias... O instinto sexual de um animal tende para a fêmea; é-lhe absolutamente indiferente que esta seja a mesma ou outra. Sem dúvida, se uma nova fêmea se apresentar, ele deseja-la-á, mas este desejo irá dirigido à fêmea e não à outra: acomodar-se-á tão bem a esta como à que possuía ontem ou no ano passado, sempre e quando ela preencha as condições fisiológicas desejadas... O que impele o homem para a poligamia é a curiosidade, é o pecado do espírito infiltrado no instinto. O instinto puro deseja a outra enquanto mulher; a curiosidade sexual deseja a mulher enquanto outra. É uma grande ilusão pensar que os impulsos sexuais de um homem civilizado são exclusivamente feitos de instinto sexual; não se sabe até que ponto poderá o instinto estar aqui ao serviço da vontade de poder, da sede de conhecer e de dominar. Se fosse doutra maneira ver-se-iam acaso tantos homens pôr tanto empenho em seduzir mulheres que são muitas vezes inferiores, sob o ponto de vista fisiológico, à sua própria esposa? Quando um homem luta por permanecer fiel a uma mulher amada, não é o ideal que luta nele contra o instinto ― são antes dois «ideais» que se enfrentam, e o combate é sobretudo espiritual. O ideal monogâmico luta, então, contra essa espécie de ideal negativo que é o instinto sexual impregnado e depravado pelo apetite de mudança, de conquista e de conhecimento; luta contra uma das múltiplas facetas dessa mentirosa, dessa infernal sede de infinito que, a partir do pecado original, consome o homem. A fidelidade conjugal não é um problema fisiológico, é um problema moral. Se a alma é profundamente, simplesmente monogâmica, o instinto segui-la-á sempre. Pode-se repetir com Cristo: se o teu olho é simples, todo o teu corpo será luminoso.

A castidade conjugal reside, como antes dissemos, não na negação da carne em proveito da alma, mas na adoção, no «envolvimento» da carne pela alma. Nietzsche disse sobre isso palavras definitivas: «No verdadeiro amor, é a alma que 'envolve' o corpo».

Existe um materialismo da vida em comum. É o casamento baseado unicamente nas alegrias carnais. Mas existe também um pseudo-idealismo amoroso que julga desprezar a carne, mas que na realidade está feito não de espírito, mas de uma sensualidade impotente e turva[4]. Estas duas aberrações «mutiladoras» são igualmente de evitar. A vida em comum deve ser de um realismo total, de um realismo centrado no alto, mas estendido a todo o homem. Os esposos devem educar-se, não renunciando à carne como os ascetas, mas, o que é talvez mais difícil, arrastando a carne na ascensão da sua alma.

Sem dúvida, este ideal plenamente humano implica fatalmente sacrifícios de ordem sexual. O primeiro destes sacrifícios é a adaptação à estrutura sexual do cônjuge. Convém não esquecer, como parecem fazê-lo alguns apóstolos dos direitos imprescritíveis do sexo, que o exercício da função sexual, diferentemente de outros instintos, como a nutrição por exemplo, exige companheiro. Ora, a constituição sexual da mulher e, por conseguinte, os seus gostos e as suas necessidades sob este aspecto, são muito diferentes das do homem. Além disso, é preciso ter em conta as divergências individuais resultantes do temperamento, da educação etc. Se cada um dos cônjuges não procurasse senão a sua própria satisfação que sucederia? O mais elementar sentimento do dever conjugal ensina aos esposos a subordinar sempre a alegria que recebem à alegria que dão. No casamento, o máximo da plenitude sexual recíproca só poderá ser atingido se cada um dos esposos consentir em sacrificar, em certa medida, a sua plenitude sexual individual.

Pode acontecer também que em virtude de necessidades biológicas, sociais ou morais, o sacrifício total dos prazeres da carne seja imposto aos esposos. É preciso então que este sacrifício seja um autêntico sacrifício, isto é, uma imolação reta e franca, a plena luz, sem subterfúgios, sem segundas intenções, sem compensações equívocas. Precisemos: este sacrifício não deve ser um recalcamento. O verdadeiro sacrifício, imolando o instinto, sublima-o e transfigura-o; o recalcamento limita-se a transpô-lo, a disfarçá-lo, a fazer dele uma força vergonhosa e assolapada que recai sobre o espírito e o contamina, uma fonte de ressentimentos, de falsos ideais, de virtudes farisaicas. Depois de Nietzsche e de Freud é inútil insistir na descrição deste quadro... o verdadeiro sacrifício alimenta a alma, o recalcamento envenena-a.

Haveria muito que dizer sobre esta sublimação dos instintos nos esposos votados a uma continência permanente ou transitória. Uma análise diferencial da sexualidade superior no homem e na mulher seria muito elucidativa a esse respeito. Mas o problema é demasiado vasto e demasiado delicado para poder ser abordado aqui. Contentemo-nos com fazer notar que, quando os dois esposos sacrificam as suas relações de ordem puramente genésica, o homem sublima normalmente o seu instinto sexual em pensamento, em ideal extra-pessoal e a mulher em ternura. Se a mulher é muito menos carnal que o homem no exercício material da sexualidade, é-o muito mais nas suas sublimações mais sãs. A compenetração da carne e da alma existe nela num grau desconhecido para o sexo oposto; nas emoções mais carnais ela põe mais alma que o homem; pelo contrário, mistura muito mais do que ele a carne nas paixões do espírito. Freqüentemente sucede que, quanto mais uma mulher se encontra privada de satisfação sexual completa, mais carinhosa ela se torna: a sua sexualidade, muito menos localizada e brutal, muito menos animal, por assim dizer, que a do homem, encontra muitas vezes nas mais inocentes satisfações de ternura uma satisfação suficiente. Porém as próprias carícias que para a mulher substituem a plena posse carnal, apenas conseguem, no homem, preparar esta posse e, em vez de acalmar o instinto, exacerbá-lo mais. Se as mulheres soubessem isto, creio que a continência conjugal se tornaria em muitos casos mais fácil.

Subordinado deste modo o amor ao dever e como que embebido no espírito, a união dos corpos fica revestida do seu mais profundo significado e realiza a sua finalidade verdadeiramente humana. Não é já unicamente a sociedade de dois desejos soldados um ao outro, a conjunção de dois egoísmos; é a expressão mais forte que pode existir da doação mútua e como que o selo material, o símbolo sensível da união das almas. Sob este aspecto, a posse corporal confere ao amor um não se quê de acabado e de irrevogável que só os verdadeiros esposos conhecem. E é uma grande tristeza ver tantos seres humanos ― e entre estes tantos esposos ― profanar este sinal sagrado do amor e abandonar a sua carne enquanto reservam a sua alma. Em vez de ser posta em primeiro lugar e, muitas vezes, de andar sozinha, a união dos corpos deveria seguir e prolongar um dom superior, descer da plenitude do amor. Assim abandona o ramo à terra o seu fruto e o céu o seu orvalho.

O significado profundo da sexualidade reside no uso que o homem dela faz. Segundo o modo como ela é vivida, usada pela personalidade, poderá tornar-se na mais forte manifestação do amor espiritual ou no pior obstáculo a este amor. De resto, o instinto sexual não pode nunca exercer-se na sua pureza e simplicidade animais. É preciso que se remonte mais acima ou caia mais abaixo de si mesmo. Se se não elevar para Deus descerá para o diabo. Se não é amor, tornar-se-á luxúria. Muitas vezes se tem pretendido que os dois esposos (e o marido em particular) se podem entregar a todos os seus impulsos inferiores e cometer carnalmente o adultério enquanto se mantém fiéis na alma. Hipócrita justificação da pior das desordens! Como se a carne não estivesse, ainda no seu fundo, impregnada pela alma! Como se a alma estivesse cativa e não fosse a forma do corpo!

Bem sei que um tal grau de integração espiritual do instinto não é coisa vulgar nem fácil. Falo dele como de um ideal que os esposos não deveriam nunca perder de vista, por maiores que sejam as suas fraquezas e os seus desfalecimentos concretos. Porque, se viver na mediocridade é de si um mal, consentir na mediocridade é uma espécie de mal supremo, de pecado contra o espírito.

CASAMENTO E AMIZADE

Não é sob a paixão carnal, e não é também ― porque não existem no homem paixões puramente animais ― sobre essa espécie de ternura superficial que nasce da emoção sexual, sobre esse sentimentalismo de romance e de café-concerto que se pode fundar uma união sólida e pura. A vida em comum exige uma comunhão muito mais profunda, muito mais universal. O amor dos esposos, para ser verdadeiramente amor e não um capricho do instinto, deve ser também uma amizade.

E Paul Géraldy, que tão bem expressou, no seu pequeno livro Toi et Moi a miséria desta ternura epidérmica de colorido puramente sexual que tantos modernos tomam por amor, faz dizer o amante à amante: «Se fosses um homem, seríamos amigos?»

O instinto sexual, com efeito, é o isolamento. Os animais procuram-se e acasalam-se, mas, psiquicamente, continuam totalmente impermeáveis um ao outro. Acontece-me muitas vezes contemplar o soberbo pavão que ornamenta a minha capoeira: ele empertiga-se, espilra, arma a cauda, reveste-se de todo o seu atrativo sexual sem que a fêmea se digne premiá-lo com a menor atenção; cada um evolui na sua esfera impenetrável como as mónadas sem janela de Leibnitz, e quando se juntam, pensa-se, na realidade, nalguma harmonia pré-estabelecida, mais do que numa simpatia, no sentido psicológico da palavra. Se uma tal solidão pudesse ser consciente, seria a coisa mais trágica e mais insuportável do mundo.

O instinto sexual é também guerra. Nenhum amor está tão próximo do ódio como este. A brutalidade do macho e a astúcia e a coqueteria da fêmea demonstram suficientemente a tensão entre os dois sexos. Naturalmente este dualismo biológico foi consideravelmente agravado e infectado pela malícia do homem pecador. Quando o eu (no sentido «pascaliano» e pejorativo do termo) se sobrepõe, com o seu orgulho e a sua vontade de poder, ao instinto sexual, o amor converte-se na guerra mais surda que se pode imaginar. Então, a própria atração exercida pelo ser «amado» se transforma em tortura e veneno. Aos psicólogos que pretendem que o amor do homem e da mulher está baseado no ódio mortal dos sexos, não lhes faltariam argumentos concretos. Que outra coisa é a mulher fatal e pérfida (Dalila, Cleópatra, etc.), tal como a história no-la revela, senão uma mistura de instinto sexual e de pecado ― uma fêmea em cuja carne se enxerta não uma alma, mas um eu que a corrompe?[5] Ora, a verdadeira mulher é, antes de mais, uma alma.

O instinto sexual é também a indiferença em relação à personalidade. O instinto procura no outro a sua própria satisfação e não o ser singular que o satisfaz. «Gostarias menos de mim se eu fosse um outro?», pergunta ainda Géraldy. Nem mais, nem menos, se é apenas o instinto que está em jogo. Vimos já que os problemas de fidelidade e de mudança não tinham qualquer entrada neste domínio.

A amizade, essa, penetra o objeto amado, vive da sua vida, desposa a sua alma. E, deste modo, destrói a solidão interior que afeta os seres a quem um mero instinto sexual aproxima.

A amizade é também portadora de paz. Corrige e domina a tensão inerente ao dualismo sexual. No amor dos sexos, conserva o ardor e acalma o conflito. Ensina o homem a dominar sem brutalidade e sem jactância e a mulher a dar-se sem baixeza e sem artifício. Aqui devemos destacar um ponto em particular. O homem só conta com o amor espiritual para vencer em si a inconstância e a guerra sexual, enquanto que a mulher, além deste amor, possui ainda um outro instinto que, misturado à sexualidade, assegura a esta uma estabilidade e uma profundidade que não estão na sua natureza. Refiro-me ao instinto mais elevado e mais puro que existe, à maravilha biológica por excelência: o instinto maternal. A mulher, com efeito, pode realizar o prodígio (inteiramente desconhecido no mundo animal) de fazer convergir para o mesmo ser, o seu instinto sexual e o seu instinto maternal. Julgo que não exagero se disser que o primeiro filho de qualquer mulher, que nasceu realmente para ser mãe, é o seu esposo. E penso que é essa uma das mais profundas raízes da perenidade do amor feminino.

Enfim, a amizade, que está feita de atração e de escolha pessoais, dá à personalidade o seu lugar no amor e substitui a ligação necessariamente efêmera de dois egoísmos pela união estável de dois seres eleitos um para o outro e insubstituíveis um para o outro.

Só a amizade permite aos esposos compreenderem-se. Mas como esta mesma amizade, por mais espiritual que seja, fica enraizada na sua constituição (e por conseguinte na sua diferença) sexual, reveste-se, de um lado e de outro, de formas muito diferentes. Para melhor se compreenderem ― e, portanto, para melhor se amarem ― os esposos devem compreender antes de mais com que espécie de amor são amados um pelo outro. Um amor mal compreendido pelo ser amado está mais exposto a ferir ou a cansar este do que talvez a própria indiferença.

O Larousse do século XX diz-nos no artigo Mulher que o traço dominante do caráter feminino é o egoísmo. Todos sabemos, por outro lado, quanto as mulheres têm o costume de se queixarem do egoísmo masculino. Na realidade, o homem e a mulher têm cada qual o seu modo específico de egoísmo e de amor.

É sabido ― e não insistirei mais sobre este ponto já tantas vezes tratado ― que o amor da mulher se dirige em geral para objetos, não direi mais concretos, mas mais imediatos, mais materiais, se se quiser, do que o amor masculino. O ideal da mulher está muito mais «encarnado» que o do homem. A mulher foi criada para se sacrificar pelos seres que a rodeiam e que conhece, e assegurar o futuro imediato da humanidade. O homem, pelo contrário, está votado a um dom mais universal; a sua missão é entregar-se ― desgastar-se muitas vezes ― por fins sem dúvida igualmente reais, mas muito menos próximos no tempo e no espaço. A mulher vela pelas subestruturas, o homem pelas superestruturas. E não creio que estas duas funções ganhem nada por estarem invertidas como o estão freqüentemente nos nossos dias (há que confessar, no entanto, que com algumas exceções). A consciência pública considera espontaneamente um fraco, e até como um covarde, um homem que, ao ter de optar por uma coisa ou por outra, sacrifica a sua missão na sociedade ao amor de uma mulher (será preciso recordar o recente exemplo do rei de Inglaterra?), ao passo que uma mulher que, em face de idêntico dilema, renunciasse a um ser amado para fazer política ou filosofia, seria, com razão, tida por ridícula[6]. O heroísmo está polarizado de uma maneira muito diferente segundo os sexos... E o egoísmo também (refiro-me ao egoísmo normal, ao egoísmo bom): o da mulher consiste em abstrair das coisas longínquas e universais para melhor se dedicar às coisas próximas; o do homem em desprezar, em certa medida, as coisas imediatas com vistas a um dom mais elevado e mais longínquo. Esta divergência não se pode dar sem certos choques.

Um homem, por exemplo, fica um pouco desiludido quando, no meio de uma conversa em que ele expõe com entusiasmo à sua mulher as suas mais caras convicções, esta o interrompe para lhe dizer: «A propósito: E se eu fizesse um soufflé com queijo para o jantar?». Inversamente, as mulheres espantam-se muitas vezes da falta de delicadeza e de atenção dos homens em mil pequenas circunstâncias da vida quotidiana. Para não sofrer com estas coisas é preciso compreender o cônjuge e saber que se pode ser amado por ele tanto ou mais do que o amamos, mas não com o mesmo amor. Além disso, entre os esposos, a reciprocidade do amor dá sempre origem a uma certa identidade de amor. O afeto da mulher universaliza-se em contato com o ideal do seu marido; do mesmo modo, o amor do homem ganha em delicadeza concreta em contato com a ternura feminina. A vida em comum preta a cada um dos cônjuges o maior serviço que pode receber um ser limitado e unilateral; ser salvo de si mesmo...

Uma outra diferença essencial na estrutura do amor dos esposos. O afeto feminino é infinitamente menos dependente do intelecto que o do homem. Existe, na mulher, uma espécie de autonomia do coração. Um homem ama uma mulher pelas suas qualidades: (tem ou julga ter razões para amar) justifica o seu amor em face da sua consciência. Uma mulher, pelo contrário, amará um homem por si mesmo. Um homem dirá: Amo-te porque tu és bela, ou meiga, ou boa, etc. A mulher dirá simplesmente: Amo-te porque te amo! Para o homem, amar é preferir. Para a mulher, amar é não comparar. Percebe-se o matiz...

É um lugar comum dizer que o amor da mulher é mais «cego» que o do homem. O que menos se tem feito notar é o seguinte: o amor feminino, precisamente porque é cego, como o amor, porque se apóia pouco nas razões de amar, permite uma maior clarividência em relação ao ser amado e nutre-se menos de ilusões. Na medida em que o amor é independente do intelecto, o intelecto pode, por sua vez, funcionar independentemente do amor. E é isto precisamente o que acontece na mulher. Ao contrário do homem, em quem o amor, ligado a juízos, a comparações, se sente ameaçado pela revelação das falhas do ser amado e reage através de ilusões, a mulher pode dar-se ao luxo de julgar lucidamente aquele que ama, sem que o seu amor diminua por isso. Para além das qualidades banais e como que provisórias que motivam a maior parte das vezes o afeto masculino, o seu amor, atinge, por assim dizer, a substância única e eterna do ser; situa-se espontaneamente para além da decepção, não necessita do apoio das ilusões. É por isso que se encontram tantas mulheres inflamadas de amor e de admiração por um homem e, ao mesmo tempo, conscientes de todos os pequenos defeitos desse homem. É por isso também que nos podemos mostrar tal qual somos diante de uma mulher, descer ao limite inferior de nós próprios sem pôr em perigo o seu amor (é típico, a este respeito, o exemplo das esposas dos criminosos). E creio, além disso, que há um grande número de homens que, julgando as mulheres pelas suas medidas, se crêem obrigados, para conquistar ou para as reter, a dissimular as suas fraquezas, a tomar atitudes falsas ou lançar-lhes poeira para os olhos. Não conseguem com isto, acrescentar o amor das mulheres, porque isso não é necessário, mas fazer com que se riam deles. Era o que fazia dizer a Toulet: as mulheres sabem muito bem que os homens não são tão bestas como se julga ― são bem mais...

Se a carne pode aproximar um do outro o homem e a mulher, só a amizade os pode abrir um ao outro. Não obstante, e a precedente análise o revela suficientemente, esta amizade só muito raramente poderá atingir essa perfeita transparência intelectual que constitui o único encanto das amizades entre os homens. Os dois sexos, porque são complementares e portanto diferentes, permanecem sempre um pouco opacos um ao outro; mais ainda, o amor que os une alimenta-se deste mistério recíproco, repousa em parte na impossibilidade de «se compreenderem» inteiramente: o que nos atrai num amigo é aquilo que sabemos dele; na mulher, aquilo que ignoramos (a isso nos conduz a consideração de que enquanto a amizade cresce na medida em que penetramos na alma do amigo, o amor muitas vezes decresce na medida em que despimos a mulher do seu mistério, como diz Proust). É preciso aceitar este estado de coisas. Creio que muitos esposos se encontram desiludidos porque o seu amor estava excessivamente carregado de exigências intelectuais. Quereriam possuir a esposa tanto pelo pensamento como pelo coração. Mas, se compreendessemos uma mulher a esse ponto, já a não poderíamos amar, porque deixaria de ser uma mulher, isto é, o ser estranho que nos completa. Poderíamos pôr ao invés o verso de Géraldy e dizer ao amigo mais querido: se fosses mulher, seríamos amantes? No casamento ― não pretendo levar demasiado longe a analogia, mas ela existe ― é preciso, como na vida mística, aprender a respeitar e a amar o que não se compreende totalmente. O amor da criatura, também ele, exige atos de fé.

VIDA CONJUGAL E SACRIFÍCIO

Se há tarefa tragicamente urgente para o moralista moderno é a de lembrar aos homens a noção do sacrifício. Todos os desastres, todas as misérias do casamento, procedem do esquecimento desta necessidade. Não concebo um casamento feliz sem sacrifício mútuo. Não há nisto nenhum paradoxo. A primeira condição da felicidade é não a procurar. Nesta ordem de idéias é lícito dizer, pondo ao contrário as palavras evangélicas: Não procurei e encontrareis.

Um homem nobre esforçar-se-á por viver como um homem; um homem vil procurará viver feliz. O último procurará na terra as coisas e os seres que o poderão satisfazer; o primeiro procurará os seres e as coisas a quem se possa imolar. Não «arranjamos» uma esposa, damo-nos a ela. Casar é talvez o modo mais direto e mais exclusivo de deixar de pertencer-se. Chesterton, lendo um jornal americano onde dizia: «Todo o homem que se casa se deve convencer de que renuncia a cinqüenta por cento da sua independência», fazia notar: «Só no Novo Mundo é possível um otimismo deste gênero!».

O segredo da felicidade conjugal está em amar esta dependência. O ser que vive ao nosso lado, devemos amá-lo menos na medida do que nos dá que na medida do que nos custa.

A vocação do casamento consagra-nos ao nosso cônjuge. Estas palavras têm um grande alcance. Dão sentido a todos os nossos deveres e a todas as dores da vida comum. Fazem sobretudo da felicidade conjugal, não há uma espécie de sacrifício estéril, mas um ato religioso do mais alto valor humano.

Já não sabemos ser fiéis porque não sabemos sacrificar-nos. Tantos homens há que só amam pelo prazer imediato... Condenam-se, deste modo, a conhecer apenas a superfície do objeto amado, e, quando esta superfície os desilude, a trocá-lo por uma outra superfície, e assim por diante.

Andar à volta de tudo e não chegar ao centro de nada, não será o que alguns denominam plenitude e liberdade? É de tal maneira mais fácil correr do que aprofundar! Mas aquele que quer saborear a profundidade de uma criatura deve saber sacrificar-se por essa criatura; o seu amor deve superar as decepções, superar o hábito; mais ainda, deve alimentar-se dessas decepções e desse hábito. O amor humano tem a sua aridez e as suas noites; também ele não encontra o seu centro definitivo senão para além da prova sofrida e vencida. Mas, uma vez chegado a esse ponto, ele saboreará a riqueza, a pureza eterna da criatura pela qual se imolou. Porque, se a criatura é tremendamente limitada em superfície, é infinita em profundidade. É profunda até Deus. Sempre cantaram os poetas esta captação amorosa do eterno através do ser efêmero:

Tu que passas, tu que desvaneces,
busquei-te para além dos dias e das sombras,
sobre as praias invariáveis da vontade eterna...
Desci às tuas entranhas,
mais além dos latidos do teu coração,
mais adentro que a fonte das tuas promessas
até ao centro solene onde a tua vida se une à Vida,
até ao fremir irrevogável,
até à palpitação criadora de Deus!
― Eu amo a tua alma!

Chegou a falar-se do que a vida conjugal tem de banal, de monótono, de terra à terra. Bem sabemos quanto o homem é capaz de banalizar e de prostituir as coisas mais profundas. Mas, se a vida conjugal é muitas vezes vulgar, que se poderia dizer da vida sexual extra-conjugal? Creio que uma das mais sutis malícias do demônio é tentar persuadir os homens de que a ordem é a morte e a desordem a vida. Na realidade, nada mais vulgar do que o vício. O demônio não é profundo ― não é mais do que um revoltado. É um desertor que tenta fazer-se passar por evadido... [7]

As humildes realidades da vida quotidiana, o cortejo de pequenos deveres e de pequenos sofrimentos, em nada deverão alterar a pureza do amor nupcial. O verdadeiro ideal tira nova seiva destas pequenas coisas. O realismo da vida conjugal não tem por função profanar ou estiolar o ideal primitivo dos esposos, mas purgar este ideal das ilusões que com ele se misturam, e não reter dele mais do que a sua suprema essência. Na alma dos esposos que são dignos desse nome, a união do mais elevado amor e das necessidades mais terrenas, mais materiais, cria uma espécie de síntese do ideal e do real, uma espécie de realismo do ideal, se assim me posso exprimir, que em parte alguma poderá existir em tal grau.

Josefina Soulary disse que Deus «se só estivesse lá em cima, não estaria em parte alguma».

O casamento é, por excelência, a vocação que permite pôr Deus no que a vida tem aparentemente de mais comum e de mais banal.

Ia-me esquecer de uma observação importante. O casamento deve ser um sacrifício, é certo. Mas um sacrifício recíproco. Haverá algo de mais vão, de mais prejudicial mesmo, do que uma imolação em sentido único? Dois egoísmos juntos travam-se mutuamente e, de certo modo, neutralizam-se. Que caldo de cultura não seria para as tendências egoístas de uma criatura o sentir em torno de se uma atmosfera de dedicação infatigável! Todos conhecemos lares em que o espírito de sacrifício de um dos esposos faz do outro um monstro de exigência e de egoísmo. Cada esposo deve tirar do espetáculo de generosidade do seu cônjuge, não um pretexto para fazer as suas vontades, mas um motivo para se imolar mais a si mesmo.

AMOR E ORAÇÃO

Sacrificar-se a uma criatura, amá-la apesar do seu nada, por causa do seu nada, amá-la com um amor mais forte e mais puro que o desejo de felicidade, tudo isto só é possível se o amor humano se conjuga e se amalgama com o amor eterno.

Não convém divinizar o ser amado. Esta idolatria conduz, a breve prazo, à indiferença ou à repulsa. O autêntico amor nupcial acolhe o ser amado não como um Deus, mas como um dom de Deus em que todo o divino está escondido. Não o confunde nunca com Deus e não o separa nunca de Deus.

«Ela olhava para o alto e eu olhava nela», escreve Dante falando de Beatriz. Nisso reside o supremo segredo do amor humano; beber a pureza divina nos olhares, na alma, no dom de uma criatura.

«Sentir como o ser sagrado freme no ser querido», assim definia magnificamente Vitor Hugo, o grande amor. Num tal grau de amor, o ser amado é verdadeiramente insubstituível: dado por Deus, ele é único como Deus; um mistério inesgotável habita nele. Os verdadeiros esposos conservam eternamente almas de noivos; a posse aprofunda para eles a virgindade. Quanto mais são um para o outro, mais fome têm de ser um para o outro. É uma maneira sagrada de possuir as coisas que, em vez de matar o desejo, como na satisfação da carne, o exalta e transfigura. Aquele que beber desta água terá ainda sede... Como poderia estiolar-se o amor dos esposos, se eles foram criados e unidos para dar Deus um ao outro? A vida dos dois desenvolve-se e torna-se infinita numa oração única.

(Gustave Thibon, O Que Deus Uniu, Editorial Aster Ltda., Lisboa 1956)

Notas:
[1] [N. da P.] O autor refere-se ao interior da França.
[2] Aliás, seria mais verídico falar nestes casos, de casamento por tradição em vez de casamento de conveniência.
[3] Falo aqui tanto para o homem como para a mulher. Se a mulher é mais espontaneamente fiel a um ser único, deve-se isso não à sua vida instintiva como tal, mas à integração, nela melhor conseguida que no homem, desta vida instintiva no amor.
[4] Não vou estender-me aqui sobre o problema do amor platônico. Ele é muito normal na época da puberdade, e mais na mulher que no homem. Quando demasiado prolongado ou demasiado exclusivo, tenho-o por uma compensação de qualidade inferior. De todos os modos, não poderia existir normalmente no casamento. A castidade e a própria continência conjugais nada têm que ver com esse pseudo-ideal, com essa travessura irrealista.
[5] É trágico e prova até que ponto se corrompeu o amor dos sexos na humanidade o fato de muitos homens só poderem amar mulheres deste gênero. Os desprezos e os enganos alimentam a sua paixão e esta atrofia-se quando já não tem motivos para duvidar do ser amado. Muitas mulheres perderam o amor do seu amante ou do seu esposo por terem dado provas demasiado claras do seu afeto e da sua fidelidade.
[6] Objetar-me-ão serem as vocações religiosas mais numerosas entre as mulheres; mas isto é totalmente diferente. Uma mulher que sacrifica a sua missão junto de seres querido para se dar a Deus, vê nesse Deus a pessoa, o «Tu» mais íntimo e concreto que se pode conceber.
[7] 'A maior parte das loucuras não passam de tolices' (Max Jacob)

http://permanencia.org.br/revista/vida/Familia/thibon.htm Exceto o poema de Nietzche.

Concílio Vaticano II -Números pós e "pré" conciliares

Conhecereis a árvore pelos seus frutos.

Números "pós" conciliares (EUA)

Padres em exercício:
1965 - 58.000
2002 - 45.000
2020 - 31.000 (*Previsao) -Metade desses serão padres acima de 70 anos-

Ordenações:
1965 - 1.575
2002 - 450

Paróquias sem padres:
1965 - 549 (cerca de 1%)
2002 - 2.928 (cerca de 15%)

Seminaristas:
1965 - 49.000
2002 - 4.700 (90% menos!)

Seminários:
1965 - 600
2002 - 200

Freiras:
1965 - 180.000
2002 - 75.000(Com idede media de 68 anos)

Freiras Professoras:
1965 - 104.000
2002 - 8,200 (94% menos)

Frades:
1965 - 12.000
2002 - 5.700

Jesuítas seminaristas:
1965 - 3.559
2002 - 389

Seminaristas Franciscanos e Redentores:
1965 - 3.379
2002 - 84

Cadidatos a Christian Brothers:
1965 - 912
2002 - 7

Colégios Católicos:
1965 - 700.000
2002 - 386.000

Estudantes de Colégios Católicos:
1965 - 1.566
2002 - 786

Escolas Paroquiais:
1965 - 10.504
2002 - 6.623

Estudantes de Escolas Paroquiais:
1965 - 4,5 million
2002 - 1,9 million

Batismo de Crianças:
1965 - 1,3 million
2002 - 1 million

Batismos de Adultos (conversões):
1965 - 126.000
2002 - 80.000

Casamentos Católicos:
1965 - 352.000
2002 - 256.000

Anulamentos:
1965 - 338
2002 - 50.000

Presença Regular à Missa - estudo no.1:
1958 - 3 de cada 4 catolicos.
1994 - 1 de cada 4 catolicos.

Misc."2002" (fonte, National Catholic Reporter)

77% acreditam que Católicos não precisam assistir à Missa aos Domingos

65% acreditam que Católicos possam se divorciar e casar novamente

53% acreditam que Católicos possam fazer aborto

10% acreditam no ensinamento da Igreja com relação ao controle de natalidade (fonte: pesquisa da Notre Dame)

70% acreditam que a Eucaristia seja uma "lembrança simbólica" de Nosso Senhor (pesquisa da New York Times)

=======Sempre lembrando, que se olharmos a populacao 'per capta' a situação se torna ainda mais assustadora, pois a população mundial e católica(20 milhoes) não para de crescer. ===========
http://www.cmri.org/vatican2_stats.html Esse e vários outros links vocês poderão encontrar esses números pós conciliares...Por quê será então que mesmo com o rock, heavy metal, padres pops, missa show e etc, os números são tão assombrosos em nosso tempo???

Por quê 77% dos católicos pensam que não "temos" que ir á missa aos domingos?

Por quê 65% pensam que podem se divorciar e casar novamente?

Por quê 53% dos católicos pensam ser lícito assassinar um inocente(aborto)?

Por quê apenas 10% dos católicos acreditam no ensino Católico quanto aos anti-abortivos(anti-concepcionais)?

E repare o assustador:A previsão para 2020 é de que teremos apenas 31.000 padres em exercício nos EUA, sendo a metade desses estando acima dos 70 anos!!!!!Somente muita cegueira para nao poder enxergar os avancos das seitas protestantes(assumidas), do espiritismo, do agnosticismo, do ateísmo, dos evolucionistas e etc...e não enxergar a ladeira abaixo em que a Santa Igreja Catolica se encontra através de vários de seu Clero...

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Passarei-lhes agora alguns números pré conciliares....Aonde a missa era em latim(aonde "nínguem" conseguia entender) , as músicas eram o canto católico(aquelas "chatas", sem rítmo secular): o Gregoriano...

Números pré conciliares agora...(EUA)

Padres:
1920- 21,019
1930- 26,925
1940- 33,912
1945- 38,451
1950- 42,970
1955- 46,970
1960- 53,796

Esta não é a marca de uma Igreja em decadencia que diminui, mas de uma Igreja vigorosa — em 1960 ela teve um número de registro de homens que foram os seus soldados de linha de frente, cujas filas tinham cultivado 15% nos cinco anos entre 1955 e 1960.

Seminaristas:
1920- 8,944
1930- 16,300
1940- 17,087
1945- 21,523
1950- 25,622
1955- 32,394
1960- 39,896

Seminários:
1945- 53 seminarios diocesanos
1950- 72
1955- 78
1960- 96

1945- 258 seminários religiosos
1950- 316
1955- 385
1960- 429

Paróquias sem padre:
1945- 839
1950- 791
1955- 673
1960- 546

Irmãos(Frades):
1945- 6,594
1950- 7,377
1955- 8,752
1960- 10,473

Irmãs:
1945- 138,079
1950- 147,310
1955- 158,069
1960- 168,527

Escolas paroquiais:
1920- 5,852
1930- 7,225
1940- 7,597
1950- 7,914
1955- 8,843
1960- 9,897

Estudantes das escolas paroquiais:
1920- 1.7 mi
1930- 2.2 mi
1940- 2.1 mi
1945- 2.0 mi
1950- 2.4 mi
1955- 3.2 mi
1960- 4.2 mi

Batismo:(bebes e criancas)
1945- 710,000
1950- 934,000
1955- 1.1 mi
1960- 1.3 mi

Batismo:(adultos)

O número de batismo adulto é um sinal verdadeiro da força de qualquer organização religiosa. E nos anos antes do Conselho o número de batismo adulto subia rapidamente..
1930- 38,232
1940- 73,677
1945- 84,908
1950- 119,173
1955- 137,310
1960- 146,212

Fonte[http://www.seattlecatholic.com/article_20031208.html]

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Mais números pós conciliares....Após ter mostrado os desastrosos números pós CVII na América do Norte, e o vigoroso crescimento pré CVII; postarei agora números pós CVII do Canada' e de alguns paises da Europa...*

*Catolicos batizados

CANADA'
1970- 9.376
1998- 13.298

FRANCA
1970- 45.698
1998- 47.463

ITALIA
1970- 52.500
1998- 55.635

GRA-BETANHA
1970- 4.999
1998- 5.212

ALEMANHA
1970- 31.425
1998- 28.202

ESPANHA
1970- 33.203
1998- 36.882

*Numero total de padres

CANADA'
1970- 14.183
1998- 10.079

FRANCA
1970- 45.259
1998- 26.598

ITALIA
1970- 65.291
1998- 54.954

GRA-BETANHA
1970- 8.206
1998- 6.345

ALEMANHA
1970- 26.089
1998- 20.072

ESPANHA
1970- 35.519
1998- 27.864

*Padres Diocesanos

CANADA'
1970- 8.338
1998- 5,908

FRANCA
1970- 37.775
1998- 20.404

ITALIA
1970- 42.868
1998- 36.272

GRA-BETANHA
1970- 5.512
1998- 4,441

ALEMANHA
1970- 19.722
1998- 15.281

ESPANHA
1970- 24.881
1998- 18.719

*Padres(em geral)

CANADA'
1970- 5.845
1998- 4.171

FRANCA
1970- 7.504
1998- 6.194

ITALIA
1970- 22.423
1998- 18.682

GRA-BETANHA
1970- 2.694
1998- 1.904

ALEMANHA
1970- 6,397
1998- 4.791

ESPANHA
1970- 10.638
1998- 9.145

*Irmas

CANADA'
1970- 45.761
1998- 25.716

FRANCA
1970- 94.686
1998- 51.311

ITALIA
1970- 153.762
1998- 112.958

GRA-BETANHA
1970- 14.759
1998- 8.856

ALEMANHA
1970- 82.166
1998- 41.257

ESPANHA
1970- 83,747
1998- 61.905

*Frei

CANADA'
1970- 5.272
1998- 2.452

FRANCA
1970- 4.921
1998- 4.025

ITALIA
1970- 6.763
1998- 4.224

GRA-BETANHA
1970- 949
1998- 667

ALEMANHA
1970- 4.363
1998- 1.849

ESPANHA
1970- 9.300
1998- 5.227

*Seminaristas diocesanos

CANADA'
1970- 858
1998- 396

FRANCA
1970- 2.632
1998- 1.008

ITALIA
1970- 6.337
1998- 3.826

GRA-BETANHA
1970- 845
1998- 288

ALEMANHA
1970- 2.630
1998- 1.140

ESPANHA
1970- 3.581
1998- 1.777

*Batismos

CANADA'
1970- 183.016
1998- 137.188

FRANCA
1970- 596.673
1998- 374.540

ITALIA
1970- 859.382
1998- 483.391

GRA-BETANHA
1970- 142.298
1998- 76.731

ALEMANHA
1970- 381.226
1998- 240.853

ESPANHA
1970- 587.729
1998- 302.025

*Casamentos

CANADA'
1970- 84.228
1998- 36.054

FRANCA
1970- 278.036
1998- 120.262

ITALIA
1970- 318.756
1998- 235.988

GRA-BETANHA
1970- 54.725
1998- 16.766

ALEMANHA
1970- 165.924
1998- 81.416

ESPANHA
1970- 222.290
1998- 150.966

*Ordenações

CANADA'
1970- 85
1998- 46

FRANCA
1970- 264
1998- 170

ITALIA
1970- 698
1998- 485

GRA-BETANHA
1970- 111
1998- 96

ALEMANHA
1970- 320
1998- 170

ESPANHA
1970- 355
1998- 242

Fonte: Livro anual de estatísticas da Igreja. (Index of Leading Catholic Indicadors, The Church Since Vatican II, Kenneth C. Jones, pags. 104-113.)

KYRIE ELEISON, CHRISTE ELEISON.

"Renovação Carismática" dita Católica ou RC(C): perigo as almas!

(foto)"Líder Carismático" Frei CantalaMesse & "Pastor" Benny Hinn .(!!!)

Todos falam vêem, mas poucos sabem o que é e que grande perigo representa a "Renovação Carismática" à Igreja Católica Apostólica Romana. Passa-se por um movimento católico, mas ao invés disso, mina a doutrina da Igreja com sua doutrina protestante. Leiam esse preciso artigo que saiu no Jornal Antimodernista Sim, Sim, Não, Não.

O MOVIMENTO CARISMÁTICO
Uma perigosa ilusãoTodos os promotores do movimento carismático que se autodenomina católico fazem alarde, com complacência, dos efeitos do "batismo do Espírito", como o Pe. Caffarel em "Deve-se falar de um pentecostismo católico?". Falam de muitos assuntos: o incremento de vida divina e o descobrimento do Hóspede interior, uma oração viva e jubilosa; o amor à Sagrada Escritura; o apego à Igreja; o impulso missionário; uma experiência de liberação (no plano físico, moral, psicológico) e, por último, os carismas: profecia, discernimento dos espíritos, poder de curas, falar em línguas, dom de interpretar... Em poucas palavras: tudo de que se precisa para renovar a paz na terra! E justamente porque provoca estes efeitos maravilhosos de ardor religioso, a renovação carismática apresenta um atrativo fora do comum, uma vez que a atração do extraordinário é mais forte do que todas. De fato, que sacerdote, que católico militante não deseja que seu apostolado seja eficaz? Que discípulo de Cristo não deseja ardor ao rezar, ao ler a Sagrada Escritura, ao praticar a caridade? Que cristão não deseja "sentir" o amor de Deus, sua inefável presença, sua ação benéfica? Que católico não se cansa de viver na "nudez" da fé, na "negrura" da esperança (sperare contra spem), num mundo cada vez mais deserto, no qual os medos, os compromissos, as traições asfixiam cada vez mais a Verdade, natural ou sobrenatural, e onde a caridade é muitas vezes nada mais que filantropia sem fogo divino e sem chama?A "fé" carismática é feita de intuição, de sentimento, de experiência interior. É uma "fé" imanente e subjetiva. Não se trata de "saber" para crer, mas de "sentir" para crer. A alma toma o caminho da sensibilidade, e é aí onde o demônio está na espreita.

Suas origens
Tudo começou com a participação de alguns católicos em assembléias de pentecostistas protestantes e com a recepção do "batismo do Espírito" por obra dos pentecostistas.
Em 13 de janeiro de 1967, "dia da oitava da Epifania, consagrado pela liturgia católica à celebração do batismo de Jesus por meio do Espírito Santo no Jordão, ... eles [os fundadores do pentecostismo] encontravam-se na casa de Miss Florence Dodge, uma presbiteriana que havia organizado um grupo de oração há algum tempo. O grupo reunia-se em sua casa com regularidade e ela habitualmente dirigia essas reuniões" (Le Retour de l'Esprit, p.22, ed. du Cerf, Paris - livro dos Renaghan, que figuraram entre os primeiros "pentecostistas católicos" e também entre os primeiros em escrever sobre o movimento carismático). Mais tarde, três professores de Pittsburg e a esposa de um deles assistiram uma primeira reunião carismática: "Deixou-nos uma impressão duradoura, diz um deles, de que ali operava o Espírito [?] (Ibidem, p.23).Dois dos professores ( Ralph Keifer e Patrick Bourgeois) assistem à reunião seguinte: "terminou - diz Ralph Keifer - quando Pat [Patrick Bourgeois] e eu pedimos que rezassem conosco a fim de recebermos o batismo do Espírito.Eles se dividiram em vários grupos, porque rezavam por várias pessoas. Só me pediram que fizesse um ato de fé para que o poder do Espírito operasse em mim. Logo rezei em línguas" (Ib., p.23). "Na semana seguinte - acrescentam os Renagham -, Ralph [Keifer] impôs as mãos aos outros dois [ou seja, ao outro professor de Pittsburg e à esposa de um deles] e também receberam o batismo do Espírito" (Ib., p. 24). O processo está a caminho: o iniciado torna-se iniciador e transmite o "influxo espiritual". Todo o chamado pentecostismo "católico" se encontra em germe nesses textos do livro dos Renaghan. Prosseguindo sua leitura, vemos como a "corrente" passa de um dos promotores aos recém-chegados: "Um casal de noivos... tinha ouvido falar do "batismo do Espírito Santo" e desejava recebê-lo.
Aproximaram-se então de Ralph Keifer [um dos fundadores do pentecostismo "católico"] e pediram-lhe que rezassem com eles para que o Espírito Santo se fizesse plenamente em sua vida... Foram profundamente tocados pelo Espírito de Cristo. O Espírito manifestou-se muito rápido com o dom das línguas e aquele jovem e aquele senhorita louvaram a Deus." (Ib., p.29). E tudo não acaba aqui: "Mas eles sabiam que, ao mesmo tempo, uma das jovens [membro do grupo pentecostista]... tinha sido atraída para a capela e que ali tinha sentido a presença quase tangível do Espírito de Cristo. Saiu tremendo da capela e chamou os outros para que regressassem até alí. Os membros do grupo, sozinhos ou em dupla, dirigiam-se para lá e, enquanto estavam todos unidos em oração, o Espírito Santo se fez derramar sobre eles"( Ib. pp. 29-30). Salta à vista que essa espécie de "Espírito" sopra muito e "pneumatiza" todo aquele que se entrega a sua ação transbordante de favores carismáticos! Em poucas palavras: a corrente carismática passou do protestantismo herético e iniciático aos supostos católicos, provocando "efeitos maravilhosos" de ardor religioso que não podem ser explicados por uma causa sobrenatural, porque o Senhor não pode de maneira alguma participar de uma experiência feita por católicos desobedientes à Igreja, em um ambiente herético e com uma iniciação, um rito, abertamente acatólico.

A iluminação iniciática
O pentecostismo carismático parte de um fenômeno que, segundo parece, quer se fazer passar por uma obra do Espírito Santo; tal fenômeno consiste em uma iluminação iniciática.A iluminação iniciática constitui o umbral das sociedades secretas, congregações iniciáticas, etc. No movimento carismático, essa iluminação "precipita" a alma num universo que já não é o da fé católica, e sim outro universo. para se chegar à iluminação iniciática, requer-se uma escolha, uma decisão, No movimento carismático, tal escolha consiste em receber o famoso "batismo do Espírito". Nota-se que a iluminação iniciátia não é algo que se aprenda, mas uma "impressão" que se recebe e que não se pode explicar.No movimento carismático, nada, absolutamente nada, pode verificar-se sem um membro "iniciador", que já tenha recebido o "batismo do Espírito" (ou seja, a "iniciação carismática") e que, por si só, tenha-se tornado capaz de transmitir o "influxo espiritual" responsável pela impressão iniciática. Isso constitui um elemento capital no movimento carismático, elemento que também permite distinguir o Sacramento da Confirmação conferido no seio da Igreja Católica do mencionado "sacramento carismático", pois somente o bispo pode conferir o Sacramento da Confirmação (ou um sacerdote delegado por ele),e ele não pode transmitir seu poder a seus sacerdotes e muito menos aos leigos. No movimento carismático, ao contrário, o iniciado transmite, através da iniciação, seu próprio poder de "iniciar". Além disso-coisa estranha- um Cardeal pode receber a iniciação carismática das mãos de um menino dotado de "poderes espirituais" dos quais careceria o príncipe da Igreja. Basta que este menino tenha recebido o "sacramento" iniciático do "batismo do Espírito". Tendo em vista a natureza hierárquica da Igreja, isso é simplesmente uma aberração!Assim, os grupos carismáticos podem multiplicar-se até o infinito: basta que tenha um "iniciado", seja padre, religioso ou leigo, homem ou mulher, velho, adulto ou criança.

A iluminação iniciátia exige um rito
Outro ponto capital é o da necessidade de um rito para realizar a iluminação iniciática.O movimento carismático é a história de um influxo "espiritual" (alheio à fé católica) transmitido por um "iniciado" mediante um rito que serve de veículo: "o batismo do Espírito" com a imposição das mãos. Rito que os católicos foram buscar entre os pentecostistas protestantes! O movimento carismático não é nada, absolutamente nada, sem esse rito, quer dizer, sem a transmissão de um influxo "espiritual" destinado a produzir uma impressão ou uma iluminação iniciática.

A questão capital: de que natureza é esse influxo iniciático?
Nesse ponto arma-se a pergunta importante: qual é a verdadeira natureza desse influxo iniciático?Basta ler o testemunho das vítimas da renovação carismática para compreender que o "Espírito" que dá sua força preternatural ao influxo iniciático produz efeitos absolutamente extraordinários pelo seu número, gênero, rapidez, intensidade.Será um influxo de ordem preternatural, diabólico? É possível. Mas, uma vez que o demônio se sobressai na arte de disfarçar-se em anjo de luz , o que importa é distinguir os influxos. Que anjos intervêm na iniciação? Os bons concorrem somente para preparar a iluminação da fé e têm sempre a maior discrição. Mas os anjos maus podem alimentar qualquer tipo de ilusão e torná-la sedutora, acompanhando-a até de prodígios nos homens que se entregam à sua ação.A iluminação carismática não pode ter uma origem divina no movimento carismático, porque sua fonte não é a da fé católica.

A doutrina católica dá o remédio contra a sedução diabólica
Visto que o mal contido na iluminação iniciática não é manifesto, as almas não se questionam se tudo está bem ou mal, e caem facilmente na rede infernal sem sabê-lo. para livrá-las de sua cegueira, seria mister fazer o discernimento dos espíritos, o único meio que permite realmente ver uma inspiração diabólica ali onde se crê ver uma inspiração divina.Deus, de fato, não se pode deixar roubar o Sacramento da Confirmação por uma caricatura simiesca totalmente alheia à fé católica. Deus, na verdade, é dono de seus dons e pode dar os que quiser, a quem quiser e quando quiser. Mas o católico não deve "tentar" o Senhor (Mt IV, 7), diferente do que pentecostismo-renovação convida a fazer.Por isso São Vicente Ferrer, assim como Santo Tomás e São João da Cruz, põe as almas de sobreaviso contra a "sugestão e ilusão do demônio, que engana o homem em suas relações com Deus e em tudo o que se refere a Deus" (A Vida Espiritual). Ele dá o remédio contra as tentações espirituais suscitadas pelo diabo: "Os que queiram viver na vontade de Deus não devem desejar obter [...] sentimentos sobrenaturais superiores ao estado ordinário daqueles que têm um temor e um amor a Deus muito sinceros. Tal desejo, de fato, só pode vir de um fundo de orgulho e de presunção de uma vã curiosidade em relação a Deus e de uma fé demasiado frágil. A graça de Deus abandona o homem que está preso a este desejo e o deixa à mercê de suas próprias ilusões e das tentações do diabo que o seduz com revelações e visões enganosas"(Ibidem). E também: "Fugi da companhia e da familiaridade daqueles que semeiam e difundem essas tentações e daqueles que a defendem e louvam. Não procureis ver o que fazem porque o demônio não deixaria de vos fazer ver em suas palavras e obras, sinais de perfeição aos quais vós poderíeis prestar fé e assim cair e vos perder junto com eles" (Ib). Acrescentamos as palavras de Santo Inácio, "expert" no discernimento dos espíritos:

"É próprio do anjo mal, transfigurado em anjo de luz, começar com os sentimentos da alma devota e terminar com os próprios".Desde o momento em que a alma cruza o umbral do universo carismático (universo oculto) pode acontecer de tudo. Tudo começa com dons inefáveis: entusiasmos e ardor fervoroso, liberação dos complexos, dos vícios, dom de profecia, de cura, de glossolalia (ou xenoglossolalia: falar em língua estrangeira desconhecida), etc.Impossível não se lembra dessas palavras do Evangelho: "Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome, e em teu nome expulsamos dos demônios, e em teu nome fizemos muitos milagres? E então eu lhes direi bem alto: Nunca vos conheci, apartai-vos de mim, vós que operais iniqüidades" (Mt VII, 22-23).

A "Igreja do amor" ou o homem no lugar de Deus
No livro de Huysmans intitulado Là bas, há uma passagem particularmente importante que evoca a igreja carismática de João (contraposta à Igreja hierárquica de Pedro), que florescerá com a vinda do Paráclito e que se chama a "igreja do amor" (sintonia a "civilização do amor" de Paulo VI) a "igreja da reconciliação", a "igreja ecumênica" ou "universal" (em virtude de seu carismatismo): "É um axioma teológico que o espírito de Pedro vive em seus sucessores. Viverá neles, até a expansão auspiciada do Espírito Santo. Então João, - diz o Evangelho - começará seu ministério de amor e viverá na alma dos novos Papas". Esse texto mostra claramente o laço esotérico que liga a "expansão do Espírito Santo" (conduzido pela "renovação carismática") e o "ministério do amor" de João. O autor esotérico Salémi enunciava em 1960: "O novo evangelho de João logo será pregado em toda a Terra" (Le message de l'Apocalypse, I p. 293).Estamos no tempo desse "novo evangelho": "Invoca-se o Apóstolo S. João - escreve Pierre Virion - discípulo do amor, contra a autoridade de Pedro. É a velha teoria Rosa-Cruz, que profetiza a igreja esotérica [iniciática] de João, superior à igreja exotérica [ não iniciática ] de Pedro, e cujos tempos apocalípticos parecem ter chegado. A Igreja Romana deve ceder-lhe o posto, deve desaparecer tal como é: 'Abriu-se... o ciclo de João'" (Mystère d'iniquité, p. 146).Surge então a pergunta: que significa essa "igreja de João", a igreja da terceira hora do Espírito Santo? A igreja de João já não é Deus em primeiro lugar, mas o homem; não é a transcendência, mas a imanência; não a fé, mas o gosto sensível, o prodigioso, os carismas (democraticamente assegurados a todos, graças ao "batismo do Espírito"); não o dogma, mas a "revelação interior", o subjetivismo, o profetismo, o iluminismo; não o sacramento instituído por Cristo, mas outra espécie de "sacramento" enxertado em uma corrente oculta (assim é o "batismo do Espírito": uma paródia de sacramento com efusão da "graça diabólica" através de um rito herético); não a Eucaristia-Sacrifício (daqui vem a fúria contra o rito chamado de S. Pio V), mas a eucaristia-festa; não o sacerdócio ministerial, mas o caráter sacerdotal de todo fiel (nota: Assim testemunha um pentecostista: "Os católicos sabem agora que pode-se receber o batismo do Espírito Santo sem a imposição das mãos por parte dos bispos ou sacerdotes, porque podem ir diretamente a Jesus [ como os protestantes]. De minha parte, descobri com muita surpresa que os católicos se alegram por já não dependerem completamente dos sacerdotes" (citado por Lumière, julho de 1975). Também um padre católico carismático testemunha: "Começamos a realizar o sacerdócio de todos os fiéis"(Ibidem) ) ; não a igreja hierárquica e carismática ao mesmo tempo, mas uma igreja meramente carismática; não o Papa, mas um sínodo paralisador; não os bispos, mas uma colegialidade sufocante; não os párocos, mas as assembléias presbiterais; não a hierarquia oficial, mas as comissões, comitês, etc, etc., constitutivos de um governo paralelo; não a Igreja Católica Romana, mas uma igreja universal que inclui todos os cultos tributados a qualquer divindade. Em conclusão: o que René Guénon chamaria de "igreja integral" . E esta "igreja integral", cujo objetivo é destruir por asfixia a igreja hierárquica tradicional, a igreja de Pedro, deve ser o fruto da vinda do Espírito (os Renaghan diziam: "retorno" do Espírito), porque é o "Pentecostes" deste "Espírito" que permitirá a João exercer seu "ministério de amor"!Compreendemos agora porque em nossos dias fala-se tanto do amor: "Enganar-se-á o povo em nome do amor; de um amor que não é a caridade teologal, mas cujo nome usurpa. Assim, nunca tínhamos lido tanto nas publicações maçônicas a frase: 'Amai-vos uns aos outros'. Mas é sempre empregada, em nome de Cristo, contra sua Igreja" (Mystère d'Iniquité, cit., p. 146).

Que fazer?
Que fazer diante desta cegueira causada pela invasão carismática, caricatura diabólica do Sacramento da Confirmação, chamada de "batismo" com razão, porque marca a passagem do mundo católico ao mundo católico ao mundo oculto? São João da Cruz : "[ Uma vez cegada a alma] poder-se-á enganar quanto à quantidade ou qualidade, pensando que o que é pouco é muito, e o que é muito, pouco; e quanto à qualidade, considerando o que está em sua imaginação como uma coisa, quando não é senão outra, trocando, como diz Isaías, as trevas pela luz e a luz por trevas, e o amargo por doce e o doce por amargo (Is V, 20)" ( Subida do Monte Carmelo, L. 3, cap. 8).Hoje, mais do que nunca, é necessário insistir no que constitui a verdadeira vida de fé. Continuemos ouvindo S. João da Cruz: "(...) e assim, estando a alma vestida de fé, o demônio não a perturba, porque com a fé ela está muito amparada - mais do que com todas as demais virtudes - contra o demônio, que é o mais forte e astuto inimigo.Por isso S. Pedro não encontrou maior amparo do que a fé para livrar-se do demônio quando disse: Cui resistite fortes in fide (I Petr V, 9). E para conseguir a graça e a união com o amado, alma não pode ter melhor túnica e vestimenta interior, como fundamento e princípio das demais virtudes, que esta brancura da fé, porque sem ela, como diz o Apóstolo, é impossível agradar a Deus ( Hb XI, 6), e com ela é impossível também deixar de agradar, pois Ele mesmo diz pelo profeta Oséias: Desponsabo te mihi in fide (Os. II, 20), que quer dizer: "Se queres, alma, unir-se a mim e me desposar, deverás vir interiormente vestida de fé" ( Noite passiva do espírito, cap 21).Recorramos à Santíssima Virgem para que esmague a cabeça daquele que faz passar pelo Espírito Santo e quer fazer-se adorado e seu lugar. Recitemos por isso o Santo Rosário com todo ardor de nossa fé, inimiga da "sensibilidade carismática".
(Retirado do Jornal antimodernista Sim, Sim, Não, Não - Outubro de 2004)

Santos Incorruptos

Corpos humanos preservados ou "múmias" vieram sendo descobertos através dos séculos, alguns até mesmo antes do tempo dos Faraós, aonde a arte de embalsar se originou. Muitos desses corpos preservados sobreviveram a descomposição por até 3.000 anos. De todos esses corpos preservados descobertos através dos séculos, todos se encaixam em uma dessas categorias:



1. Preservados "acidentalmente" - Esses tipos de corpos preservados são preservados devido a ações acidentais. Ex: Corpo enterrado em solo seco, em areia quente ou larva, áreas de alta radioactividade. Enquanto não houver ar ou humidade atingindo esses corpos, eles podem, muitas vezes, serem preservados de significante, mas não total descomposição. De qualquer forma, esses corpos quando encontrados se encontram tipicamente descoloridos, enrugados, distorcidos, tendo aparência esquelética, e sem elasticidade dos membros. Alem disso, eles sempre terão um odor ruim; sem dizer que, após descobertos sempre entrarão em rápida descomposição após terem suas bandagens retiradas para exame cientifico.

2. Preservados "deliberadamente" (induzidos) - Preservados deliberadamente são os corpos daqueles que foram propositadamente embalsamados, ou então tratados antes de seus funerais com a intenção de tentar prevenir a descomposição. Enquanto não houver ar ou humidade atingindo esses corpos, eles podem, muitas vezes, serem preservados de significante, mas não total descomposição. Na maioria dos casos de corpos deliberadamente preservados na antiguidade, as cavidades dos corpos eram cheias com materiais específicos como resina, resina húmida e poeira ou submergido com materiais específicos como mel, run ou areia. Nos métodos mais modernos de se tentar prevenir a descomposição dos corpos, os corpos são geralmente submergidos ou preenchidos de resina, piche, sal, álcool, ou então uma combinação desses. Mas quando esses corpos (preservados artificialmente) são encontrados, assim como os corpos "acidentalmente" preservados, eles se encontram tipicamente descoloridos, enrugados, distorcidos, tendo aparência esquelética e sem elasticidade dos membros. Além disso, eles sempre terão um odor ruim; sem dizer que, após serem descobertos, sempre entrarão em rápida descomposição após terem suas bandagens retiradas para exames científicos.

3. Incorruptos - Esses tipos de corpos preservados começaram a ser descobertos nos primeiros séculos depois de Cristo, surpreendentemente, eles não se encaixam em nenhuma das outras duas categorias citadas acima(Acidentais ou Deliberadamente(induzidos) preservados).

A razão pela qual os "Incorruptos" permaneçam livres da decomposição deixa os cientistas(ainda nos dias de hoje) confusos. Esses corpos são descobertos em inúmeros e diversificados ambientes, inclusive em ambientes que favoreceriam uma decomposição de um corpo acidental ou deliberadamente preservado mais rápido. Eles permanecem livre de decomposição independente da forma que foram enterrados... atraso no enterro, temperatura, humidade, bruto/improprio manuseio do corpo, transferências frequentes, corpos cobertos por quicklime (agente decompositor), ou proximidade a outros corpos já em decomposição e/ou decompostos. Eles não podem ser explicados pela ciência ou pela razão.

Algumas carecterísticas comuns dos corpos incorruptos:

* Os incorruptos são tipicamente encontrados com a aparência viva; húmidos, flexíveis e contendo uma essência doce e suave, que muitos comparam com cheiro das rosas ou outras flores, e isso após anos e anos após a morte dos mesmos.

* Os incorruptos permanecem livre de decomposição, alguns por até séculos.

* Os incorruptos muitas vezes contem óleos fluentes limpos, perspiração e sangue corrente por muitos anos após a morte, a medida que, nos corpos acidentalmente ou deliberadamente(induzidos) preservados, nunca foram registradas nem presenciadas tais características.

* Outros incorruptos parciais foram encontrados através dos séculos, aonde certas partes do corpo se decompõe normalmente, enquanto outras partes, como o coração ou língua, permanecem perfeitamente livre de decomposição.

O que é mais impressionante nisso tudo é o fato de que todo corpo incorrupto encontrado, após investigação para saber a história de tal pessoa, etc., sempre constatavam que tal pessoa era um(a) devoto(a) extremamente Católico(a). Isso nos leva a algumas perguntas inevitáveis.... Como pode o processo de decomposição dos corpos, no qual não há inteligência, escolher quais os corpos serão decompostos e quais serão preservados? E por que eles acontecem somente com devotos católicos? Este fenômeno é simplesmente milagroso.

Além disso, muitos milagres inexplicáveis acorreram no decorrer da história, quando pessoas vinham a ter contacto com esses restos incorruptos. E a respeito dos regulares exames médicos, cientistas ainda não determinaram tal mistério. Esses corpos incorruptos estão expostos por todo o mundo (principalmente na Europa), e quase todos os corpos que foram pesquisados/identificados foram canonizados pela Igreja Católica, dado o testemunho de suas públicas e devotas vidas.



Exemplos específicos de corpos incorruptos descobertos nos últimos 2000 anos, aonde a maioria ainda se encontra em exposição:

Santa Bernadette Soubirous - Santa Bernadete era originariamente visionaria em Lourdes, Franca. Morreu em 1879 in Nerves, também na Franca. Seu corpo foi exumado 30 anos mais tarde, em 1909 e foi descoberto completamente incorrupto e livre de de qualquer odor. Seu corpo foi novamente exumado uma segunda vez 10 anos mais tarde em 1919 e se encontrava ainda incorrupto. O corpo de Santa Bernadete continua exposto, ainda hoje, na Capela de Santa Bernadette em Nevers, Franca.

Coloque a seta do -mouse- sobre a foto da Santa e veja ela morta em 1879, e retirando a seta de sobre a foto você verá a Santa fotografada no ano de 1997.

http://paranormal.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?zi=1/XJ&sdn=paranormal&zu=http%3A%2F%2Fwww.catholicpilgrims.com%2Flourdes%2Fba_bernadette_intro.htm

Reparem que há casos de Santos incorruptos que mesmo depois de mais de um século depois de mortos, ainda ganham peso!



São Vicente de Paula
-
Venerável Paula Frassinetti - Ele morreu em 27 de setembro de 1660 e seu corpo se encontra em Paris.







Santa Caterina Labouré -
Morreu em 1876, seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto em 1933. Seu corpo encontra-se em exposição debaixo do altar lateral da Capela de Nossa Senhora do Sol em Paris.




São João Maria Vianney (Cure' d'Ars)
-
Morreu em 1859 e seu corpo foi exumado em encontrado incorrupto em 1904. Seu corpo encontra-se em exposição acima do altar central da Basílica de Ars, na Franca.

Eis seu corpo num caixão de vidro:






São Francisco Xavier - Nasceu em 1506 em Javier, Espanha. Morreu de uma doença contraída durante seu trabalho missionário no dia 2 de Dezembro de 1552 em Sancian, China.

Nasceu em família nobre, estudou e se tornou professor de Filosofia na Universidade de Paris. Junto com Santo Ignácio de Loyola e mais quatro jovens fundou a Sociedade de Jesus "Jesuítas". Como padre viajou Índia, Japão e China, era um grande evangelizador, conhecido por converter toda uma cidade.
Seu corpo continua incorrupto:




São Vicente Pallotti - Morreu em 1850 e seu corpo foi exumado e encontrado incorrupto em 1906 e 1950. Seu corpo encontra-se em exposição debaixo do altar central da Igreja de São Salvatore em Onda, Itália.


Santa Teresa Margaret - Morreu em 1770 e seu corpo foi exumado em encontrado incorrupto em 1783. Seu corpo encontra-se num caixão de vidro em exposição no Monsteiro de Santa Teresa em Florenca, Itália.


Santo André Bobola - Morreu em 1657 e 40 anos mais tarde seu corpo foi descoberto e encontrado incorrupto. Seu corpo encontra-se em exposição abaixo do altar central da Igreja de Santo André Bobola em Warsaw, Polonia.


Venerável Osanna de Manuá - Morreu em 1505. Seu corpo esta' exposto debaixo do altar na Nossa Senhora do Rosario, na Catedral de Manua, Italia. Em 1965 a reliquiade seu corpo foi profundamente examinada, e ainda sim determinada em boa preservacao. ( mais de 500 anos! )


Santa Caterina de Bologna - Morreu em 1463 e se encontra incorrupta e em exposição por mais de 500 anos. Em posição sentada.







Santa Rita de Cassia - Morreu em 1457. Seu corpo encontra-se em exposição numa caixa de vidro dentro da Basílica de Santa Rita de Cassia, Itália. Outro fato publicamente conhecido, e' que, o corpo dela já foi visto em posições diferentes dentro do vidro, assim como por vezes com os olhos abertos e por vezes fechados, e tudo isso, obviamente sem nenhum auxilio.


Veneravel Margaret de Metola(Castello) - Morreu em 1320 e seu corpo foi encontrado incorrupto em 1558. Seu corpo encontra-se em exposição debaixo do altar da Igreja de São Domenico na citta-di-Castello, Itália.






Santa Zita - Morreu em 1278 e seu corpo encontra-se em exposição numa relíquia de vidro na Basílica de São Frediano em Lucca, Itália.


Santa Sperandia - Morreu em 1276 e seu corpo encontra-se em exposição no Convento Beneditino na Igreja de Cingoli, Itália. Seu corpo foi exumado em 8 épocas diferentes, a ultima em 1952. E continua incorrupto nos dias de hoje e exala uma doce fragância.


Santo Alphege - Foi Arcebispo em Canterbury, foi capturado e colocado na prisão, e eventualmente assassinado por seus guardiões em 1012. Dez anos mais tarde seu incorrupto corpo foi descoberto.


Santa Withburga - Morreu em 743 e seu corpo foi descoberto 55 anos mais tarde incorrupto. Seus restos ficaram expostos por mais de 300 anos ate' ser destruído pela reforma.


Santa Ágatha - Morreu em 251 e seu corpo foi descoberto incorrupto no século 11. Partes de seu corpo continuam existentes.


Santa Cecília - Morreu em 177 e seu corpo foi descoberto incorrupto em 1599, e' também conhecidamente a primeira santa(ou santo) incorrupto.


São Pio V - Seu corpo se encontra na Basílica Santa Maria Maggiori(Roma/Itália).


São João Bosco - Seu corpo se encontra na Basílica Nossa Senhora Auxiliadora (Turim/Itália)


São Pio X - Seu corpo se encontra na Basílica de S. Pedro (Vaticano)


Esses são apenas alguns dentre inúmeros outros incorruptos corpos de Santos. Como vocês podem perceber, milagres como estes JAMAIS foram(ou são) presenciados fora do Catolicismo.

Teríamos ainda inúmeros outros "M"ilagres de primeiro grau a citar que ocorrem tão SOMENTE no seio Católico (Aparições, Stigmata, Profecias, Milagres Eucarísticos, jejum místico, Dom de Língua [o verdadeiro "carismáticos"...nao a babel serpentina!] -, Bilocação, Levitação, Transportes milagrosos, etc....) . Mas esses ficarão para um momento mais oportuno.

Mas vendo essas inegáveis provas de que esses milagres são vistos através dos séculos repetidamente em relação a Igreja Católica e seus membros, a pergunta que vem a cabeça é: Por que eles ocorrem?

Podemos começar olhando as Sagradas Escrituras. Considere por exemplo os milagres mencionados na Escritura através de Moisés no Velho Testamento e Jesus no N.T. Por que os milagres ocorreram entre eles e não tanto entre os outros? Repare no vasto número de pessoas que pregavam naquela época, que alegavam estar com a Verdade. Muitos deles eram apenas falsos profetas. Com tantos pregadores alegando estar com a Verdade, como o povo poderia discernir quem realmente estaria com a Verdade se Deus, de alguma forma, não mostrasse o caminho? O caminho obviamente era através de milagres de primeira classe. Se muitos outros alegavam ser o Messias como Jesus fez, o povo precisaria de uma forma para escolher o Verdadeiro Messias que pregava a Verdade entre tantos falsos. Milagres como esses citados acima, que permitem que separemos os verdadeiros mensageiros de Deus dos falsos.

Simplificando, se Deus quer revelar uma significante verdade para o mundo, geralmente Ele usará um menssageiro de Sua escolha para tal revelação, e milagres através do messageiro para provar que é a Verdade. Esse é a forma que Deus usa para revelar a Verdade desde o cçmeco dos tempos.

Agora, voltando a um verso da Escritura, em Marcos XVI:
“E estes sinais hão de seguir os que acreditam: Em Meu nome expulsarão demônios, falarão novas línguas, pegarão em serpentes; e quando beberem alguma coisa mortífera não lhes fará mal algum; imporão as mãos sobre os enfermos e os curarão.”

Esse versículo confirma o fato de que aqueles que estão com a Verdade e acreditam nela, terão Milagres para provar. Considerando que significantes milagres vem constantemente ocorrendo em relação a Igreja Católica através dos séculos, e NÃO em outras crenças como Protestantismo, Budismo, Maometismo e Judaísmo(desde a vinda de Cristo), aparentemente Deus não vê-los como "os que acreditam".

Lembro ainda aos mais céticos que:

"Felizes aqueles que crêem sem ter visto" (Jo, XX, 29)



Brother Pius [V]


T.O.S.D



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